PNEUMONIA E VENTILAÇÃO MECÂNICA NA COVID-19: REVISÃO

Resumen

A pandemia de COVID-19 causou uma impactante transformação global. Diante desse cenário, diversos estudos foram conduzidos para compreender a biologia do vírus, sintomas, prevenção e tratamento da doença. Em casos graves, a ventilação mecânica é crucial para a sobrevivência, mas paradoxalmente, pode aumentar o risco de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). Visa avaliar a ocorrência de PAV em pacientes contaminados com o SARS-CoV 2 através de uma revisão sistemática. As bases de dados SCIELO, PUBMED, UpToDate e ScienceDirect foram pesquisadas sistematicamente até início de 2023 para identificar artigos relevantes. A indagação central deste estudo foi direcionada à análise de trabalhos que abordam a PAV em pacientes com COVID-19, incluindo a identificação dos principais agentes causadores. Através das buscas foram recuperadas 44 publicações e, após aplicação dos critérios de seleção, e exclusão de estudos de artigo de revisão, 23 estudos foram incluídos.  Em metanálise realizada foi possível verificar que as bactérias mais prevalentes nos quadros de PAV foram: P. Aeruginosa (23,83%±0,12), Klebisiella sp. (21,78%±0,10) e S. Aureus (22,03%±0,11) e fungos foram: Aspergillus fumigatus (10,60%±0,07) e Candida spp. (24%±0,19). Com base em nossa revisão sistemática da literatura, há evidências de que os principais patógenos causadores da PAV em tempos de COVID 19 são oportunistas, os quais aproveitam-se das alterações celulares induzidas pela infecção por SARS-CoV-2 e da fragilidade imunológica para adquirirem patogenicidade. É válido ponderar também que a ventilação mecânica pode possibilitar a migração de microrganismos da microbiota das vias respiratórias superiores para as vias inferiores, sítios anômalos, desencadeando pneumonia.